segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Narcóticos

Naquela tarde de outono
onde estava sentado sobre a rocha fúnebre
chorava por alguém que já a muito jazia
Lembrado-me de memórias de um passado distante
que até mesmo
o tempo não pode esquecer,

Tardes solitárias preso
entre as quatro paredes do
meu quarto,olhando o mundo
lá fora tão cruel e frio que
consegue ser a mente humana
perversa e desumana,

Recorrendo a meios de desespero
uso drogas para poder sair um pouco desta
realidade de loucos, que insiste em me castigar
com as suas visões de falsas verdades

Na minha realidade criada estou sentado há beira mar
olhando o horizonte, sinto uma tamanha paz que
não consigo expressar por simples palavras
ao longe avisto um vulto que cada vez
mais perto de mim aproxima-se
abraçando-me.

Vagas memórias deste mesmo
passado distante
invadem os meus sentidos
tento olhar para o rosto
e a realidade criada pelos narcóticos
comessem a sucumbir o seu enfeito
transportando-me para a mesma realidade
que tento sempre fugir...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Rain

Quando toda minha dor foi posta para descansar
As lágrimas secaram,
E a paz que eu achei na solidão
Como doce, atenciosa ostentação

Velhos rituais, o passado negou
Na tumba sejam enterradas as lágrimas que eu chorei
O meu coração que jaz nesse túmulo

O tempo veio mudar a sorte
Quebrar os laços que anos amarraram
Um tempo de mudança
Para limpar a alma com a chuva fria

Traição, mentira, desonestidade
Dessas que tinham me cercado
Ocuparam o vazio da minha alma
E levou minha honra e o meu orgulho

E como a minha língua falou palavras cruéis
Eu andei longe de meu próprio ego
Um boneco feito pelo desígnio deles

Eu sentia que tinha de limpar os erros
apaguei as minhas palavras , apaguei a dor
Matei o amor que sentia no fundo do meu ser
E abri meus olhos para ver
O quanto já amei!

sábado, 24 de outubro de 2009

Sentimento mórbido...


Vivendo com ódio
Encontrei abrigo nas trevas
Onde ninguém pode me ver
Nem a mim nem meu sofrimento

Nesse antro mórbido
Encontrei-me com anjos
Todos semelhantes a mim
Desolados sem alma

O meu rancor
ninguém o vê
Mas por dentro isso me mata
Como o veneno mortal de uma serpente

Mas tendo esperança
Encontrei nas trevas
Um raio de luz
O meu coração bateu novamente

Hó como doí neste pobre
Coração,aquilo que sinto
Tanto é paixão como amor

Hó como amo a tua luz
Não quero voltar ao abismo
Onde as minhas forças são consumidas
e onde tu não existes
Sinto-me só...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Criação


Escreve a criança dispersa sobre o altar da inocência,
Numa terra tornada caderno de linhas de fogo
Abertas por dentro da pele onde o sangue se revolve
Com as marés do grito que a garganta não liberta,
Mas que o sangue desenha sobre a tela do chão.

Nos céus desertos onde a névoa planta o seu rumo,
O absoluto dorme
De olhos fechados ao espelho que se compõe no seu corpo.

Cantam na aurora os lamentos dos pássaros moribundos,
Enquanto, em silêncio, os corvos fitam a cruz
Onde a noite se confunde com a palidez dos corpos
E os pregos que sustentam os membros dilacerados
São também eles palavras no cântico da condenação.

Como serenata de inocência estrangulada,
Brota um coro de anjos do labirinto das quimeras
E a terra sangra ao som da sua voz.

Choram os olhos do cego que sente na sua torre
A pulsação dos abismos trementes no amanhecer
E a morte canta nos braços de um soluço adormecido
Onde o rosto do abandono renasce em traços de esfinge
Como num hino ao nada do infinito.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A minha salvação...-_-"


Ela é tudo o que eu quero,
e tudo que eu não queria...
é tudo que eu preciso,
mas que nunca precisaria.
Ela é tudo que eu tenho,
e tudo que me faz falta...
é tudo o que eu sinto,
mas com ela não sinto nada.
Ela é tudo de mim,
e tudo que eu não existo...
é tudo em que me entrego.
A ela eu não resisto.
Ela é toda a minha tristeza que me traz a
alegria...
é toda a minha vontade,
sem ela, eu nada faria.
Ela é toda a minha fraqueza que me torna forte...
é todo o azar que me traz sorte.
Ela é todo o remédio que me cura a doença...
é toda a cura que me tira a minha existência...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Momentos ...

Nestas horas mortas que a noite cria,
entre um e outro verso do pavoroso poema,
que sob a pálida luz de uma vela eu lia,
chegavam-me antigas lembranças de um dilema.

Quanto é amargo e dissabor o silêncio produz!
Entre as sombras vacilantes da noite,
chegam em formas indefinidas,
que sobre minha cabeça pairam,
aves e outras criaturas aladas que de infernal
recônditos voo até minha mente, a perturbam a minha alma.

Essas formas indefinidas das sombras criadas pelo medo,
ocupando o vazio do meu ser,
preenchendo o que antes era de sentimentos sublimes e
agora, somente o sentimento da dor.
O que antes era alegria, agora é apenas melancolia.

Que pena paga um condenado pelos sentimentos!
Oh, agonia incessante. Que martírios mais terei que suportar?
Como o medo tão frio do desconhecido,
pode assustar.me tanto?
Será do vazio de minha alma que sinto medo?
Ou do esquecimento do meu ser, por outro já amado?

Não é da morte que a minha alma tem fobia ,
mas do fim de deixar de sentir.
O mais doloroso é existir sem ser notado,
ou amar sem ser amado,
ou perder o que jamais será recuperado?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

-_-

Grande é o silêncio
Do meu coração
Quando o pensamento
Traz-te a minha mente...

Fecho as minhas portas
E janelas.Levanto os meus
Muros.Escuro ao redor...
Escuro...Estou só...
E tu?

Cerro o meu coração.
Mágoa...Mágoa desaguando
Nas minhas veias.Tinta cruel
Pintando uma teia.
A minha dor.

Grande é o deserto
Onde deixei este amor.
Sede de beber o teu corpo,
Tocar nos teus lábios molhados pelo veneno
Ainda ficou...Sede que
Ninguém ainda saciou...

Mágoa...Ela do meu lado,
Deitada na minha cama.
Lembro-me de ti,
Punhais enterrado e cravado no meu coração.
Cada dia mais um pouco.


Mágoa escrita na alma
Cunhada em ferro ao luar.
Mágoa que um dia senti,
Tão profundamente te despediste de mim ...