Nestas horas mortas que a noite cria,
entre um e outro verso do pavoroso poema,
que sob a pálida luz de uma vela eu lia,
chegavam-me antigas lembranças de um dilema.
Quanto é amargo e dissabor o silêncio produz!
Entre as sombras vacilantes da noite,
chegam em formas indefinidas,
que sobre minha cabeça pairam,
aves e outras criaturas aladas que de infernal
recônditos voo até minha mente, a perturbam a minha alma.
Essas formas indefinidas das sombras criadas pelo medo,
ocupando o vazio do meu ser,
preenchendo o que antes era de sentimentos sublimes e
agora, somente o sentimento da dor.
O que antes era alegria, agora é apenas melancolia.
Que pena paga um condenado pelos sentimentos!
Oh, agonia incessante. Que martírios mais terei que suportar?
Como o medo tão frio do desconhecido,
pode assustar.me tanto?
Será do vazio de minha alma que sinto medo?
Ou do esquecimento do meu ser, por outro já amado?
Não é da morte que a minha alma tem fobia ,
mas do fim de deixar de sentir.
O mais doloroso é existir sem ser notado,
ou amar sem ser amado,
ou perder o que jamais será recuperado?
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